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Imagem meramente ilustrativa. |
POR POUCO PEDE AUTÓGRAFO E DÁ
BEIJINHO.
Ontem FHC prestou depoimento
na Lava Jato, diante de um Sérgio Moro amável, afável, tiete, deslumbrado, em
pré orgasmo de adolescente diante de fotos eróticas, só revelando a imaturidade
e o ridículo.
Sempre que ia fazer uma
pergunta incômoda, antecedia de pedidos de desculpas, subservientemente,
despindo-se do caráter de juiz, para transformar a toga em fralda, tratando FHC
por excelência, sem que houvesse a recíproca.
FHC passeou, deu aula para um
aluno limitado e mal preparado.
Lendo os comentários, nas redes
sociais, vi muito mais manifestações de aversão a FHC que críticas consistentes
e lógicas, muito mais manifestações de ódio a Moro que críticas consistentes e
lógicas.
De Moro pouco a dizer porque
juiz pouco, homem pouco, caráter pouco, um Cabo Alselmo do século XXI, traindo
a pátria e os que acreditam nele.
FHC defendeu Lula não porque
está na mesma situação de ilicitude como li; defendeu Lula não por piedade, por
causa da perda recente, como li...
FH não defendeu Lula nem se
defendeu, mostrou que tanto ele quanto Lula estão agindo estritamente dentro da
lei, usando os mesmos argumentos dos advogados do Lula, até aqui não
considerados por Moro, e que supus ser por mau caratismo, mas que é por
ignorância mesmo, por despreparo de um robô aprendiz, contratado para ser parte
de um golpe.
Foi uma aula de FHC, repito.
Raramente gastei pelo menos segundos de admiração por FHC, ao homem, ao
político, ao intelectual, mas confesso que, diante da sua honestidade
despreocupada de estar repetindo os advogados de Lula, a ponto de afirmar que
se serve da Lei Rouanet e de empresas particulares, doadoras, para bancar a
guarda do acervo presidencial, uma maneira de dizer faço o que Lula faz porque
é o correto, o legítimo, o legal.
Hoje quem depõe é Lula.
Dificilmente será tratado por excelência, apesar de também ter sido Presidente
da república por oito anos. Dificilmente as perguntas embaraçosas virão
antecedidas de pedidos de desculpas, com Moro comportando-se, como fez até
agora, como um justiceiro, um miliciano de subúrbio diante de um bandido, ou
pelo menos suspeito de ser.
A perseguição continua. A
defesa de Lula pediu adiamento da sessão de hoje, alegando motivos relevantes,
que prejudicaram os contatos da defesa com o cliente, por motivo óbvio e de
conhecimento público, mas Moro manteve a agenda, com Lula depondo no dia da
missa de sétimo dia da morte da esposa, em más condições psicológicas.
A covardia chega a tanto que o
protocolo determina a citação do convocado e pronto, está citado, sem
necessidade de, na antevéspera, o juiz lembrar ao citado que ele está
convocado, nunca vi isso, mas Moro mandou uma “citação-lembrete” a Lula, datada
de 08/02, tendo o cuidado de não excluir o nome de Dona Marisa Letícia do
documento, como se ele fosse o único, junto com os seus escribas e capatazes, a
não saber que Marisa Letícia está morta, agindo de maneira cínica e covarde.
Mas o castigo não demora, não
por determinação divina ou satânica, não de maneira pensada, não por
predeterminação de quem quer que seja, mas pelos próprios mecanismos da
imoralidade: o jornal Estado de São Paulo (Estadão) publicou matéria
desqualificando Dalagnol, o garoto propaganda do produto Moro e, por extensão,
a parte do Ministério Público de aluguel.
O jornal Folha de São Paulo,
acatou carta de Eduardo Cunha, transformando-a em reportagem, com sérias
denúncias contra Moro, a partir do que o missivista está vendo nas regiões
intestinas da Lava Jato.
A Globo será a última a bater,
como fez nos episódios Collor e Joaquim Barbosa, defenestrando-os, porque mãe
da criança.
O golpe está consolidado. Os
que Moro aliviou, protegeu e blindou já se sentem seguros, não precisam mais
dele, laranja sem caldo, agora só bagaço babado, não mais prestando que ao
apodrecimento no anonimato, ou servir de refeição aos porcos.
Francisco Costa
Rio, 10/02/2017.