G1
Lula discursa durante cerimônia em comemoração aos 10 anos do PT (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Em discurso na festa de comemoração dos dez anos do PT no governo, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (20)
que a resposta aos ataques do PSDB é a reeleição da presidente Dilma
Rousseff em 2014. Com a presença de três condenados no processo do
mensação, José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil o ex-presidente
do PT José Genoino, e o deputado federal João Paulo Cunha, Lula também
disse não temer o debate sobre corrupção.
O senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à presidência
da República, discursou nesta quarta no Senado e apontou as “13 falhas
do PT”. Entre os itens enumerados como fracassos pelo tucanos, está o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a falta de investimentos
em infraestrutura no país, como problemas em estradas e aeroportos.
“Eu não vou responder a eles, vou dizer que nesses dez anos do PT, que a
resposta que o PT deve dar a eles é a gente dizer que eles podem se
preparar, eles podem juntar quem eles quiserem, porque nós
vamos dar como resposta a eles a reeleição de Dilma como presidente em
2014. É essa a consagração da política dos trabalhadores”, disse Lula.
Para Lula, outra resposta ao PSDB foi a vitória do prefeito Fernando Haddad em São Paulo.
"Nós aqui estamos crescendo, mas os de lá estão fragilizados. O
resultado mais eloquente foi a eleição em São Paulo porque já tinha
gente declarando a vitória deles. Porque esse moço [Haddad] nunca tinha
sido nada, com a presidente Dilma", disse.
"Eles [PSDB] estão inquietos porque percebem que estão sem valores, sem
discursos, sem propostas porque toda e qualquer coisa que eles pensarem
em fazer, nós fizemos mas e melhor. Por isso que nós queremos fazer
esse debate com eles, com a opinião publica e imprensa. Se tem uma coisa
que não temos medo é o debate", completou.
Lula também afirmou que o PT não tem medo de comparar o governo petista com o governo tucano.
"Não temos medo de comparação, inclusive comparação e debate sobre a
corrupção. Todo mundo sabe que tem duas formas de a sujeira aparecer:
uma é mostrar, a outra é esconder. E eu duvido que tenha um governo na
história desse país que criou mais transparência e mais instrumentos de
combate à corrupção do que o nosso governo", disse o ex-presidente.
Já o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pediu Dilma no comando do país "nos próximos seis anos".
"Foi a senhora que mostrou que era sim possível fazer as reformas que o
Brasil precisava e endereçar as reformas que o Brasil ainda precisa e
que nós queremos ver realizadas no seu governo nos próximos dois anos.
Se depender de mim, nos próximos seis anos", afirmou o prefeito.
Festa
O evento que comemora os 10 anos de governo do Partido dos
Trabalhadores aconteceu em um dos auditórios de um hotel na capital
paulista, onde foram instalados dois telões que reproduziram os
discursos ao vivo. Cerca de mil pessoas acompanharam as falas, que
também foram transmitidas para o subsolo do hotel onde mais militantes
acompanhavam o evento.
Foram distribuídos exemplares da cartilha sobre os 10 anos de governo
petista a todos os presentes, entre prefeitos, senadores e militantes da
sigla. Para chegar ao palco, era necessário passar por um corredor,
onde várias televisões reproduziam vídeos sobre programas de governo do
PT, como Brasil Sem Miséria, entre outros.
No salão do evento, dois outdoors, um de cada lado do palco, traziam
frases dos presidentes petistas. De Lula, o mural mostrava a frase: "Se,
ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade
de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da
minha vida". De Dilma, o outdoor trazia: "Nosso Brasil não abandonou os
mais pobres. Por isso, a miséria está nos abandonando".
Lula foi aplaudido de pé, e por diversas vezes a plateia cantou: "Lula,
Lula", mesmo "hino" entoado quando, ao finalizar seu discurso, disse
que qa melhor resposta que se pode dar a "eles" é a reeleição de Dilma
em 2014.
José Dirceu participa de festa (Foto: Daniel Teixeira /Estadão Conteúdo)
Durante o evento não houve menção aos integrantes do PT condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não estava em nosso roteiro de dez anos falar de companheiros que
ainda apresentarão recursos a justiça e esperamos que o Supremo posa
analisar esses recursos e rever essa decisão", disse Rui Falcão,
presidente do PT.
Falcão disse que o lançamento da candidatura da presidente Dilma à
reeleição será feito em encontro partidário convocado com essa
finalidade".
Falcão solidarizou-se com jornalistas que foram agredidos verbalmente
por integrantes do partido. "Nos não respaldamos e desautorizamos
qualquer ato de agressao contra os profissionais de imprensa que estão
trabalhando", disse.
Kassab vaiado
Aliado do PT, Gilberto Kassab (PSD) foi vaiado antes de subir para
discursar no evento. Antes de fundar o PSD, Kassab era filiado ao DEM,
oposição ao PT, e apoiava o PSDB de José Serra. Agora, PSD integra
governo de Fernando Haddad e apoia governo federal.
Além de Kassab, outros representantes de partidos aliados ao governo federal discursaram no início do evento.
Valdir Raupp, presidente do PMDB – partido do vice-presidente Michel
Temer -, disse que seu partido “dará todo o apoio e condições para fazer
desse país um lugar mais justo e democrático”.
“Nesses dez anos, caracterizados como fase desenvolvimentista do
Brasil, o PMDB fez parte da base, apoiando o governo em todas as
questões importantes para o desenvolvimento do país”, declarou.
Carlos Lupi, presidente do PDT e ex-ministro do Trabalho – que foi
demitido do cargo após denúncias de irregularidades na gestão da pasta
–, disse que a marca do governo petista é a “opção pelo pobre”. Ele
afirmou que Lula “teve a coragem de colocar uma mulher torturada como
presidente. Somente um estadista faria isso”.