terça-feira, 4 de setembro de 2018

Os efeitos do golpe.

Deputados maranhenses que ajudaram Michel Temer chegar ao poder.

A julgar pelo que se tem observado na disputa política deste ano, muitos candidatos que votaram pelo impeachment da presidente Dilma sentirão o peso de terem destituído uma presidente legitimamente eleita pelo voto popular.  

Sem embasamento legal, a destituição de Dilma foi considerada um golpe parlamentar para alçar Michel Temer ao posto de presidente. Episódio que, no Maranhão, contou com o apoio irrestrito dos Sarneys e seu grupo político.
Hoje sabemos quão nociva foi a ascensão de Temer e sua trupe ao poder. Na época, a promessa era de que tudo iria melhorar, que a corrupção seria combatida, o desemprego iria diminuir e que a economia voltaria a crescer. De fato houveram mudanças, mas para pior.

O golpe produziu várias consequências, entre elas a prisão do ex-presidente Lula, pois os golpistas perceberam que só cassar o mandato de Dilma pouca valia teria, já que a previsão de que Lula perderia força política e seria abandonado pelo povo não se confirmou.

As primeiras pesquisas após o golpe mostraram que o petista estava mais vivo que nunca e que o PT se fortalecia a cada dia. Sendo, por incrível que pareça, o partido mais querido do país, segundo levantamentos (veja aqui).

Tirar Dilma do poder, então, seria em vão para os golpistas se dois anos depois Lula retomasse o poder. Daí a colossal perseguição contra ele, que culminou com sua prisão na república de Curitiba, ao arrepio da lei, segundo muitos juristas. De lá para cá o que se tem visto é um atropelo da lei após outro.  Quando o assunto é o ex-presidente a “justiça” é célere e implacável. As malas de dinheiro do outro lado, no entanto, são ignoradas.

Líder em todas as pesquisas de opinião, muitos dos que, de certa forma, contribuíram para a prisão do petista e com as injustiças que têm sido cometidas contra ele, tentam surfar na onda de popularidade do mesmo. Onde arquitetos do golpe agora se dizem "amigos de Lula". No Maranhão temos alguns exemplos.

Aqui no Estado uma das figuras políticas que deve enfrentar dificuldades para conquistar votos de eleitores de Lula é a deputada federal Eliziane Gama, postulante a uma vaga no Senado. Vídeos do momento de seu efusivo voto pela derrubada de Dilma tem circulado nas redes sociais.

O raciocínio dos eleitores que querem o retorno do governo dos trabalhadores: Votar em candidatos que apoiaram o golpe é correr o risco de reconduzi-los ao poder para criar dificuldades e ou até mesmo tramarem um novo golpe. Diante disso. Esses eleitores têm adotado o seguinte discurso: "Golpistas não passarão!"

Embora existam alianças do Partido dos Trabalhadores Nacional, não sem protestos, com figuras como Renan Calheiros, muitas outras não devem passar nem perto dos palanques de Lula. Inclui-se aí algumas do Maranhão, onde quem levantou a bandeira da defesa da Democracia e da permanência de Dilma no poder e depois, pela liberdade do ex-presidente foi Flávio Dino, motivo pelo qual tem o apreço de Lula e de seus eleitores.
Flávio Dino: Postura firme em defesa da Democracia.
Roberto Rocha e José Reinaldo também deverão ter dificuldades em conquistar votos no Estado, onde o ex-presidente tem a maior fatia do eleitorado. O mesmo deve acontecer com os demais candidatos que apoiaram a derrubada da ex-presidente que, para muitos, caiu por ser honesta.

Há que se dizer ainda que o impeachment de Dilma foi apenas um dos pecados cometidos pelos parlamentares golpistas, pois não podemos esquecer da atuação dos mesmos para manter Temer no poder, impedindo que ele fosse investigado por corrupção no STF. 
Deputados maranhenses que votaram a favor da impunidade de Temer.

Vamos aguar o resultado das urnas e torcer para que a Democracia e a justiça sejam restabelecidas no país e que o Maranhão não volte a andar para trás.

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