sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Um texto interessante.

Resultado de imagem para gente escrevendo e pensando
Imagem meramente ilustrativa.
POR POUCO PEDE AUTÓGRAFO E DÁ BEIJINHO.

Ontem FHC prestou depoimento na Lava Jato, diante de um Sérgio Moro amável, afável, tiete, deslumbrado, em pré orgasmo de adolescente diante de fotos eróticas, só revelando a imaturidade e o ridículo.

Sempre que ia fazer uma pergunta incômoda, antecedia de pedidos de desculpas, subservientemente, despindo-se do caráter de juiz, para transformar a toga em fralda, tratando FHC por excelência, sem que houvesse a recíproca.

FHC passeou, deu aula para um aluno limitado e mal preparado.

Lendo os comentários, nas redes sociais, vi muito mais manifestações de aversão a FHC que críticas consistentes e lógicas, muito mais manifestações de ódio a Moro que críticas consistentes e lógicas.

De Moro pouco a dizer porque juiz pouco, homem pouco, caráter pouco, um Cabo Alselmo do século XXI, traindo a pátria e os que acreditam nele.

FHC defendeu Lula não porque está na mesma situação de ilicitude como li; defendeu Lula não por piedade, por causa da perda recente, como li...

FH não defendeu Lula nem se defendeu, mostrou que tanto ele quanto Lula estão agindo estritamente dentro da lei, usando os mesmos argumentos dos advogados do Lula, até aqui não considerados por Moro, e que supus ser por mau caratismo, mas que é por ignorância mesmo, por despreparo de um robô aprendiz, contratado para ser parte de um golpe.

Foi uma aula de FHC, repito. Raramente gastei pelo menos segundos de admiração por FHC, ao homem, ao político, ao intelectual, mas confesso que, diante da sua honestidade despreocupada de estar repetindo os advogados de Lula, a ponto de afirmar que se serve da Lei Rouanet e de empresas particulares, doadoras, para bancar a guarda do acervo presidencial, uma maneira de dizer faço o que Lula faz porque é o correto, o legítimo, o legal.

Hoje quem depõe é Lula. Dificilmente será tratado por excelência, apesar de também ter sido Presidente da república por oito anos. Dificilmente as perguntas embaraçosas virão antecedidas de pedidos de desculpas, com Moro comportando-se, como fez até agora, como um justiceiro, um miliciano de subúrbio diante de um bandido, ou pelo menos suspeito de ser.

A perseguição continua. A defesa de Lula pediu adiamento da sessão de hoje, alegando motivos relevantes, que prejudicaram os contatos da defesa com o cliente, por motivo óbvio e de conhecimento público, mas Moro manteve a agenda, com Lula depondo no dia da missa de sétimo dia da morte da esposa, em más condições psicológicas.

A covardia chega a tanto que o protocolo determina a citação do convocado e pronto, está citado, sem necessidade de, na antevéspera, o juiz lembrar ao citado que ele está convocado, nunca vi isso, mas Moro mandou uma “citação-lembrete” a Lula, datada de 08/02, tendo o cuidado de não excluir o nome de Dona Marisa Letícia do documento, como se ele fosse o único, junto com os seus escribas e capatazes, a não saber que Marisa Letícia está morta, agindo de maneira cínica e covarde.

Mas o castigo não demora, não por determinação divina ou satânica, não de maneira pensada, não por predeterminação de quem quer que seja, mas pelos próprios mecanismos da imoralidade: o jornal Estado de São Paulo (Estadão) publicou matéria desqualificando Dalagnol, o garoto propaganda do produto Moro e, por extensão, a parte do Ministério Público de aluguel.

O jornal Folha de São Paulo, acatou carta de Eduardo Cunha, transformando-a em reportagem, com sérias denúncias contra Moro, a partir do que o missivista está vendo nas regiões intestinas da Lava Jato.

A Globo será a última a bater, como fez nos episódios Collor e Joaquim Barbosa, defenestrando-os, porque mãe da criança.

O golpe está consolidado. Os que Moro aliviou, protegeu e blindou já se sentem seguros, não precisam mais dele, laranja sem caldo, agora só bagaço babado, não mais prestando que ao apodrecimento no anonimato, ou servir de refeição aos porcos.

Francisco Costa


Rio, 10/02/2017.

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