É cada vez maior o número de
profissionais da iniciativa priva a “tentar a sorte” na administração pública.
No entanto, o fracasso tem sido o caminho percorrido por praticamente todos, que
mesmo sendo grandes administradores no setor privado não conseguiram repetir o mesmo
sucesso no âmbito da administração pública. E o motivo é bem elementar, são
coisas bastante diferentes administrar uma empresa privada e uma prefeitura,
por exemplo.
De modo que essa história de
que o fato de alguém ser um empresário de sucesso, irá repetir esse feito na
esfera pública nada mais é do que um grande mito.
Trazendo para a realidade de
Coelho Neto, estamos amargando as consequências de uma escolha nesse sentido.
No que resultou o governo do grande político e empresário Soliney Silva? Acaso
existe algum empresário no município melhor sucedido e com maior patrimônio
empresarial que o prefeito atual?? Todavia o sucesso do mandatário enquanto
empresário não fez com que ele conseguisse realizar uma gestão pública que
pudesse ser considerada sequer como regular. Aliás, seu governo já pode ser
considerado como o pior que já tivemos, levando em consideração o prestígio e
apoio político que teve durante seus quase oito anos de governo.
Enquanto o município está
praticamente quebrado, exemplo disso são as escolas municipais tendo que vender
cremosinho para conseguirem suprir algumas demandas financeiras, as empresas do
grande empresário Soliney Silva vão de vento em polpa. Isso por si só já joga
por terra o mito do grande empresário da iniciativa privada lograr êxito no
setor público. Administrar uma prefeitura, como já frisamos, é algo bastante
complexo.
Uma coisa é certa: O município
de Coelho Neto está acabado administrativamente, de modo que não suportará, mais
uma aventura política.
Confira a seguir o que diz
uma empresa especializada em marketing político e consultoria sobre este assunto.
Objetivos distintos.
Muitos
empresários de sucesso já se lançaram na vida política e não alcançaram os
mesmos resultados positivos conquistados na iniciativa privada. Isso pode
ocorrer por uma série de fatores. Em primeiro lugar, porque um órgão público ou
uma prefeitura têm finalidades completamente diferentes de uma empresa particular.
“Uma das razões principais para a atuação de qualquer empresa é gerar lucro e acumular dinheiro em caixa.
Já
uma prefeitura não existe para gerar lucro, mas sim, entre outros objetivos,
para ser propulsora de desenvolvimento social e econômico, através da plena
execução de seu orçamento”, explica Patrícia.
Para
Werner, essa simples diferença de atribuições já exige perfis diferentes de
administrador para cada caso. “O empresário normalmente se surpreende quando se
vê a frente de uma prefeitura. Não é a mesma coisa”, diz o especialista, que
complementa lembrando que, enquanto as empresas se preocupam em crescer,
aumentar sua participação no mercado e bem remunerar seus acionistas, o poder
público deve concentrar seus investimentos no fomento do desenvolvimento
econômico e social.
Público-alvo e “mercado”.
Enquanto
uma empresa tem liberdade para estudar e definir um tipo de público-alvo para
seus produtos e serviços, uma prefeitura não pode se dar esse luxo. Precisa
lidar com todos os “consumidores”, sem exceção. Pela grande variedade deles,
agradar a todos acaba se tornando uma missão impossível. “Sempre existirá
alguém insatisfeito”, reforça Patrícia.
Justamente
por essa dificuldade de abranger tudo, governos costumam ter políticas
direcionadas a setores considerados estratégicos, de acordo com as suas
propostas e metas. “Naturalmente, públicos que não estiverem contemplados
nessas medidas se sentirão excluídos e vão acusar o governo de favorecer
interesses específicos”, acrescenta Werner.
Outra
grande diferença está no “mercado” de atuação. Empresas privadas podem limitar
sua área de abrangência e priorizar alguns nichos para se tornarem mais
rentáveis e eficientes. Já órgãos públicos e prefeituras não podem – pelo menos
não deveriam – fazer isso. “Uma prefeitura não pode cuidar só de um bairro”,
exemplifica Werner. “A cidade inteira precisa de investimentos”.
Fiscalização mais rígida.
O
sistema de controle mais rígido do poder público talvez seja o grande “entrave”
de prefeitos, governadores e presidentes. Não há nenhuma dúvida que a
fiscalização precisa ser mesmo muito rigorosa para garantir transparência nas
ações e evitar fraudes e mau uso de recursos públicos. Essa necessidade
indispensável, no entanto, deixa todo o processo muito mais lento e
burocrático. “As coisas acabam demorando mais para acontecer, mesmo. Em alguns
casos não se trata nem mesmo de incompetência administrativa ou má vontade, mas
de pura burocracia”, avalia Werner.
Já
a gestão privada costuma ser mais flexível. Um empresário pode fazer tudo
aquilo que não é proibido por lei. “Já um administrador público pode fazer
apenas aquilo que está previsto e determinado por lei”, complementa Patrícia.
“É uma gestão mais engessada”.
Seleção de profissionais.
Com
exceção de cargos eletivos, comissionados ou de confiança, gestores públicos
não podem selecionar a dedo os profissionais com que querem trabalhar, já que
servidores precisam, por lei, ser contratados através de concurso. Werner
acredita que esta é a alternativa mais correta e justa, mas critica o atual
formato das provas. “O concurso público exige apenas conhecimento técnico. As
competências humanas, que são tão fundamentais quanto, não são consideradas”,
diz.
Nas
empresas, recrutadores geralmente são livres para escolher o candidato mais
adequado para determinado cargo estratégico. Em órgãos públicos é diferente. Um
secretário ou um ministro nem sempre são indicados por sua qualificação
técnica, mas por influência política, o que faz parte do jogo entre partidos –
no final das contas, são fatores como esses que garantem a governabilidade.
Decisões compartilhadas
Os
gestores de uma empresa quase sempre são soberanos e tem o poder de tomar a
decisão que julgarem mais convenientes para o rumo dos negócios. Já os
administradores públicos não podem agir por conta própria, até porque eventuais
fracassos terão reflexos em um universo muito mais amplo. “O gestor público
precisa consultar órgãos envolvidos, entidades representativas, empresários. E,
o mais importante, receber o aval da sociedade organizada”, comenta Patrícia.
“Não depende apenas dele, o que impacta na velocidade das ações
governamentais”.
“A
burocracia faz parte do dia a dia do gestor público, mas não são pode ser usada
como justificativa pras coisas não acontecerem. A ação empreendedora tem de
superá-la”.
Fonte: Véli Soluções em RH
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