segunda-feira, 16 de maio de 2016

O mito do grande empresário.


É cada vez maior o número de profissionais da iniciativa priva a “tentar a sorte” na administração pública. No entanto, o fracasso tem sido o caminho percorrido por praticamente todos, que mesmo sendo grandes administradores no setor privado não conseguiram repetir o mesmo sucesso no âmbito da administração pública. E o motivo é bem elementar, são coisas bastante diferentes administrar uma empresa privada e uma prefeitura, por exemplo.

De modo que essa história de que o fato de alguém ser um empresário de sucesso, irá repetir esse feito na esfera pública nada mais é do que um grande mito.

Trazendo para a realidade de Coelho Neto, estamos amargando as consequências de uma escolha nesse sentido. No que resultou o governo do grande político e empresário Soliney Silva? Acaso existe algum empresário no município melhor sucedido e com maior patrimônio empresarial que o prefeito atual?? Todavia o sucesso do mandatário enquanto empresário não fez com que ele conseguisse realizar uma gestão pública que pudesse ser considerada sequer como regular. Aliás, seu governo já pode ser considerado como o pior que já tivemos, levando em consideração o prestígio e apoio político que teve durante seus quase oito anos de governo.

Enquanto o município está praticamente quebrado, exemplo disso são as escolas municipais tendo que vender cremosinho para conseguirem suprir algumas demandas financeiras, as empresas do grande empresário Soliney Silva vão de vento em polpa. Isso por si só já joga por terra o mito do grande empresário da iniciativa privada lograr êxito no setor público. Administrar uma prefeitura, como já frisamos, é algo bastante complexo.

Uma coisa é certa: O município de Coelho Neto está acabado administrativamente, de modo que não suportará, mais uma aventura política.

Confira a seguir o que diz uma empresa especializada em marketing político e consultoria sobre este assunto. 

Objetivos distintos.

Muitos empresários de sucesso já se lançaram na vida política e não alcançaram os mesmos resultados positivos conquistados na iniciativa privada. Isso pode ocorrer por uma série de fatores. Em primeiro lugar, porque um órgão público ou uma prefeitura têm finalidades completamente diferentes de uma empresa particular. “Uma das razões principais para a atuação de qualquer empresa  é gerar lucro e acumular dinheiro em caixa.
Já uma prefeitura não existe para gerar lucro, mas sim, entre outros objetivos, para ser propulsora de desenvolvimento social e econômico, através da plena execução de seu orçamento”, explica Patrícia.

Para Werner, essa simples diferença de atribuições já exige perfis diferentes de administrador para cada caso. “O empresário normalmente se surpreende quando se vê a frente de uma prefeitura. Não é a mesma coisa”, diz o especialista, que complementa lembrando que, enquanto as empresas se preocupam em crescer, aumentar sua participação no mercado e bem remunerar seus acionistas, o poder público deve concentrar seus investimentos no fomento do desenvolvimento econômico e social.

Público-alvo e “mercado”.

Enquanto uma empresa tem liberdade para estudar e definir um tipo de público-alvo para seus produtos e serviços, uma prefeitura não pode se dar esse luxo. Precisa lidar com todos os “consumidores”, sem exceção. Pela grande variedade deles, agradar a todos acaba se tornando uma missão impossível. “Sempre existirá alguém insatisfeito”, reforça Patrícia.

Justamente por essa dificuldade de abranger tudo, governos costumam ter políticas direcionadas a setores considerados estratégicos, de acordo com as suas propostas e metas. “Naturalmente, públicos que não estiverem contemplados nessas medidas se sentirão excluídos e vão acusar o governo de favorecer interesses específicos”, acrescenta Werner.

Outra grande diferença está no “mercado” de atuação. Empresas privadas podem limitar sua área de abrangência e priorizar alguns nichos para se tornarem mais rentáveis e eficientes. Já órgãos públicos e prefeituras não podem – pelo menos não deveriam – fazer isso. “Uma prefeitura não pode cuidar só de um bairro”, exemplifica Werner. “A cidade inteira precisa de investimentos”.

Fiscalização mais rígida.

O sistema de controle mais rígido do poder público talvez seja o grande “entrave” de prefeitos, governadores e presidentes. Não há nenhuma dúvida que a fiscalização precisa ser mesmo muito rigorosa para garantir transparência nas ações e evitar fraudes e mau uso de recursos públicos. Essa necessidade indispensável, no entanto, deixa todo o processo muito mais lento e burocrático. “As coisas acabam demorando mais para acontecer, mesmo. Em alguns casos não se trata nem mesmo de incompetência administrativa ou má vontade, mas de pura burocracia”, avalia Werner.

Já a gestão privada costuma ser mais flexível. Um empresário pode fazer tudo aquilo que não é proibido por lei. “Já um administrador público pode fazer apenas aquilo que está previsto e determinado por lei”, complementa Patrícia. “É uma gestão mais engessada”.

Seleção de profissionais.

Com exceção de cargos eletivos, comissionados ou de confiança, gestores públicos não podem selecionar a dedo os profissionais com que querem trabalhar, já que servidores precisam, por lei, ser contratados através de concurso. Werner acredita que esta é a alternativa mais correta e justa, mas critica o atual formato das provas. “O concurso público exige apenas conhecimento técnico. As competências humanas, que são tão fundamentais quanto, não são consideradas”, diz.

Nas empresas, recrutadores geralmente são livres para escolher o candidato mais adequado para determinado cargo estratégico. Em órgãos públicos é diferente. Um secretário ou um ministro nem sempre são indicados por sua qualificação técnica, mas por influência política, o que faz parte do jogo entre partidos – no final das contas, são fatores como esses que garantem a governabilidade.

Decisões compartilhadas
Os gestores de uma empresa quase sempre são soberanos e tem o poder de tomar a decisão que julgarem mais convenientes para o rumo dos negócios. Já os administradores públicos não podem agir por conta própria, até porque eventuais fracassos terão reflexos em um universo muito mais amplo. “O gestor público precisa consultar órgãos envolvidos, entidades representativas, empresários. E, o mais importante, receber o aval da sociedade organizada”, comenta Patrícia. “Não depende apenas dele, o que impacta na velocidade das ações governamentais”.

“A burocracia faz parte do dia a dia do gestor público, mas não são pode ser usada como justificativa pras coisas não acontecerem. A ação empreendedora tem de superá-la”.

Fonte: Véli Soluções em RH


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