Todos os serviços de segurança da França procuram pelos três homens suspeitos de terem cometido o atentado terrorista à revista "Charlie Hebdo", que matou ao menos 12 pessoas, entre elas oito jornalistas, na manhã desta quarta-feira (7). Apenas em Paris, o contingente policial mobilizado nas buscas soma mais de 2.200 agentes.
Segundo o jornal "Le Figaro", a caçada aos suspeitos se concentra em rastrear um veículo cinza utilizado pelo trio na fuga e que teria sido perseguido pela polícia, até que seu rastro foi perdido. Um segundo veículo preto, abandonado pelos suspeitos, foi encontrado e passa por perícia.
"Trata-se de uma verdadeira corrida contra o relógio, porque estamos diante de assassinos, pessoas que não têm nada a perder e que podem agir novamente para morrerem como mártires", disse um dos investigadores do caso, sob anonimato, ao "Le Figaro".
Um gabinete de crise foi instalado na capital francesa para coordenar uma "caçada sem precedentes". Participam dele a Seção Antiterrorismo (SAT, na sigla em francês) da Brigada Policial de Paris, apoiada pela direção central da Polícia Judiciária, bem como a Direção Geral da Segurança Interior (DGSI), órgão federal.
Centenas de milhares de agentes foram destacados na operação e um telefone para denúncias anônimas já está em funcionamento. A França elevou para o nível mais alto o status de segurança em Paris.
Revista fez caricatura de Maomé
De acordo com François Mollins, procurador-geral da República, os dois atiradores invadiram o prédio da revista, rendendo dois funcionários de manutenção, que foram assassinados em seguida.
Na sequência, eles invadiram uma reunião, que ocorria no segundo andar do prédio, e abriram fogo. Mais dez pessoas foram mortas, entre elas oito jornalistas, um convidado e um policial que fazia a segurança do local. Outras onze pessoas ficaram feridas -- quatro delas estão internadas em estado grave.
Ainda não há informações sobre quem seriam os atiradores e o que os motivou, mas a revista semanal já publicou ilustrações satíricas sobre líderes muçulmanos efoi ameaçada por divulgar caricaturas de Maomé há três anos, tendo inclusivesua sede incendiada na época.
Uma sobrevivente, a cartunista Corinne "Coco" Rey, disse ao jornal "L'Humanité" que foi obrigada por dois homens a deixá-los entrar no prédio e que eles falavam "francês perfeito".
Entre as vítimas do ataque estão o diretor e chargista Charb (Stéphane Charbonnier) e outros quatro desenhistas: Georgers Wolinski, Cabu (Jean Cabut), Philippe Honoré e Tignous (Bernard Verlhac). Além deles, morreram o economista Bernard Maris, o revisor Moustapha Ourrad, o cronista Michel Renaud e o jornalista Philippe Lançon.
"Um ataque foi cometido contra um jornal, contra jornalistas que sempre quiseram mostrar que podiam agir, na França, para defender suas ideias. Havia policiais para protegê-los. Eles foram mortos covardemente. Onze pessoas estão mortas, quatro em situação de urgência absoluta. Há 40 pessoas que estão protegidas e salvas", declarou Hollande.
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