O ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PSB), fez uma
importante analise sobre a sucessão da governadora Roseana Sarney
(PMDB). Em um dos paragrafos, Reinaldo fala sobre o ‘risco’ da possível
candidatura do chefe da Casa Civil ao assumir de vez a Secretaria de
Infraestrutura (Sinfra).
Para o ex-governadorar, o titular do cargo em vez de ganhar apoios,
pode-se perdê-los, o que é muito ruim para o candidato. Além disso, na
analise de Zé Reinaldo, ele acredita que a escolha da governadora por
Luís Fernando, já demonstra não se importa tanto com a candidatura dele
em 2014. Leia abaixo a analise:
GRANDES PROBLEMAS NA OLIGARQUIA
Na semana passada abordei os problemas da oposição que são
decorrentes da eleição de prefeito em São Luís, principalmente brigas
internas, ou seja, nada que muita conversa e entendimento não possa
resolver.
Problemas grandes são o da oligarquia, que está em ritmo de
inventário, típicos de quem está saindo do ramo devagarinho. As coisas
começam a acontecer sem controle, pois as pessoas começam a pensar mais
em si próprias do que no grupo, do qual começam a duvidar da longa
sobrevivência.
Roseana Sarney, enfadada no exercício do cargo, não preparou sua
saída do governo. Agora a nova ordem parece ser a de uma candidatura
dela ao senado para cuidar dos interesses da família, que teme ficar sem
proteção política. É preciso um Sarney para defender os interesses
maiores da família, que são muitos e diversificados. De toda a ordem,
inclusive pessoais. E isso só pode ser feito com mais força por uma
senadora do bloco do governo.
Com efeito, não é mais prioridade máxima manter o governo para o
comando do clã. E na família só ela mantém chances reais de se eleger
para o senado.
Dessa forma, o que era prioridade antes, já não é mais, e o que não
era antes, agora é. Parece então definido que ela não ficará até o fim
do mandato no cargo, o que seria importante para a eleição do
governador.
Recapitulando, a eleição para governador passa a ser prioridade dois e
a de senador agora é um. Isso não quer dizer que não se empenharão
muito para eleger o seu candidato ao governo. Não entregarão os pontos.
Por isso, confusão é grande e Luís Fernando balança e ficará sabendo que o que importa sempre é o interesse
da família. O atual secretário da Casa Civil como candidato na verdade
divide o grupo. Lobão torce o nariz, assim como Ricardo Murad e muitos
outros. O senador Sarney não parece ser grande fã dessa alternativa e
agora parece não contar mais com o empenho de Roseana Sarney, que se
acontecer assim, terá que sair do governo para se desincompatibilizar.
Com a saída de Max Barros da Secretaria de Infraestrutura – a
iniciativa parece ser toda dele e não uma determinação de Roseana- a
governadora resolveu escolher logo Luís Fernando para o lugar, o que
mostra a todos que já não se importa tanto com a candidatura dele ao
governo. É claro
que o candidato não poderia assumir esse cargo, pois a consequência é
que terá que dizer não a grande maioria dos prefeitos, pois não dá para
atender a todos, que querem asfaltar a sua cidade, além de outras obras.
O risco é grande nesse cargo e em vez de ganhar apoios, pode-se
perdê-los, o que é muito ruim para o candidato. Ele sabe disso, tanto
que tentou indicar para esse cargo outro secretário do atual governo,
esse disposto a passar por cima de tudo para ajudá-lo, mas para sua
surpresa a governadora não aceitou a indicação. Convenhamos, não é
tratamento que se dê a um candidato tão badalado. Portanto, a confusão
está implantada no seio do governo. E o candidato, meio desnorteado.
Max resolveu sair para não se aborrecer em cargo de tanta
responsabilidade, com as inevitáveis pressões – algumas indecorosas –
que lhe cairiam no colo se permanecesse secretário durante a campanha.
Preferiu se resguardar, pois o seu perfil sempre foi o de seriedade. Não
combinaria com o seu caráter. E preferiu sair.
Fica indefinido quem assumirá o governo após a desincompatibilização
de Roseana seis meses antes do pleito no ano que vem. Washington, que
tem o direito de assumir o mandato, está sendo tentado a aceitar uma
vaga no TCE. Usam o PT, mas dar o governo a ele, nem pensar. Podem
querer colocar as mágoas de fora e isso nem pensar. Então a vez é de
Arnaldo Melo, presidente da Assembleia e segundo na sucessão. Eles
também têm o pé atrás com Arnaldo, mais como tirá-lo? Pediriam para
algum outro conselheiro da corte de Contas ir para casa, a fim de também
oferecerem uma vaga para Arnaldo Melo? Possível, mas complicado. E ele
aceitaria e perderia a chance de ser governador de fato e de direito? Um
coroamento em sua carreira?
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