quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Bomba: prefeitura de Coelho Neto irá suspender mais uma vez descontos das mensalidades sindicais e plano de saúde dos sócios do SINTASP e APSERV



 
                                                          Imagem meramente ilustrativa
 
Que Coelho Neto vive seus piores momentos em se tratando de gestão municipal, isso é fato, mas engana-se quem acha que já viu tudo. Ainda mais quando se trata da administração do prefeito Soliney Silva – PSD. 

Mais uma vez fomos surpreendidos com a notícia de que a prefeitura deixará de efetuar os repasses financeiros correspondentes à mensalidade sindical e Plano de Saúde dos Associados ao SINTASP/MCN e APSERV.


A notícia foi dada no início da tarde desta quarta-feira (30) pela secretária de educação do município, Rosário Leal, em mais uma de suas costumeiras entrevistas ao programa de TV local apresentado pelo Assessor de Comunicação da prefeitura, Carlos Machado. Segundo a nobre secretária, isso ocorrerá porque as entidades em questão teriam deixado de efetuar o recadastramento dos associados junto à administração municipal. 


Surpreso com a notícia, o presidente do SINTASP, Américo de Sousa, entrou em contato com a senhora Rosário Leal que o informou está obedecendo à determinação da Assessoria Jurídica do município.  Só lembrando que a mensalidade sindical é garantida por lei (CLT e afins) e, como se não bastasse, já existe decisão da justiça local que garante tal repasse.

Quanto ao plano de saúde, a injustiça seria ainda maior, pois, levando em consideração que os serviços de saúde dos associados podem ser suspensos com a ausência do pagamento da fatura pela APSERV, quem se responsabilizaria caso alguém viesse a sofrer algum dano/lesão ou pensando no pior, caso alguém viesse a falecer ? ? ? Seria o prefeito Soliney ou o Secretário de Finanças, Sr. Luis, que é responsável pela folha e pelo repasse dos valores devidos a APSERV e ao SINTASP/MCN? ? ?   

Sinceramente, é difícil acreditar que tal assessoria jurídica tenha procedido com tal orientação!!!! O fato é que não se justifica o não repasse dos valores devidos (mensalidade sindical e plano de saúde), a não ser por mera perseguição do governo local ao SINTASP E APSERV, pois, segundo informações repassadas a este blog, todos os tramites do recadastramento solicitados pela Prefeitura foram devidamente cumpridos, conforme atestam os documentos presentes nesta postagem, protocolados em 18/01/2013 junto à Secretaria de Administração e recebidos pela secretária adjunta de administração, Samara Santos Silva.

Clic nas imagens para melhor visualização.
























Ainda segundo informações, Dr. Walkmar Neto, um dos advogados das entidades já se deslocou da cidade de Caxias-MA para Coelho Neto no intuito de solucionar o problema, pois essa não é a primeira vez que isso ocorre com  as mesmas.  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Bandidos espalham na internet que incêndio na Boate Kiss foi premeditado

Luís Casrdoso


Texto que circula pelas redes sociais e em vários fóruns sugere que o incêndio em boate foi premeditado e calculado para ocorrer no dia 27 de janeiro. Será verdade?

Apenas algumas horas após um incêndio fazer mais de 240 vítimas em uma boate no Rio Grande do Sul, vários blogs, fóruns de discussão e publicações nas redes sociais começaram a cogitar a possibilidade de que tudo não passou de um plano, a fim de acabar com vários jovens ao mesmo tempo.

De acordo com o texto, o incêndio teria sido elaborado para ocorrer no dia 27 de janeiro (que coincidiria com o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto).

Abaixo, a reprodução de uma das variações do texto que circula por aí:
Verdadeiro ou falso?
 
No dia 27 de janeiro de 2013, um enorme incêndio tomou conta da casa noturna Kiss, situada na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Testemunhas afirmam que tudo começou depois que um membro da banda Gurizada Fandangueira resolveu lançar um sinalizador dentro da boate, no inicio do show da Gurizada.

O grupo musical já é famoso por utilizar de efeitos pirotécnicos em seus shows. Essa não foi a primeira vez que a Gurizada Fandangueira solta rojões em ambientes fechados, conforme apurado pelo jornal Ultimo Segundo, do IG.

O incêndio foi mesmo uma fatalidade… Ao que tudo indica, a boate Kiss não tinha estrutura de segurança, como várias saídas de emergência e extintores de incêndio em ordem.
Analisando o texto (e as suas variações)
 
O autor inicia o texto assim:

‘Todo mundo falando da tragédia que aconteceu,eu vou falar o que eu acho(eu sei que não tem nada a ver com a pagina,mais *). ‘EU’ não acho que isso foi um acidente ou coisa do tipo,se vocês ligarem as coisas podem perceber isso também.’

O inicio do texto já denota um tom de conspiração. Típico em postagens alarmistas que aparecem sempre quando ocorrem desastres como esse.

No próximo parágrafo, o texto diz:

‘O cartaz da banda, era uma caveira pegando foco e no fundo varias caveiras dançando pegando fogo também.’

O cartaz exibido na foto é, na verdade, de outro evento da banda, que ocorreu em Roque Gonzales no dia 1° de julho de 2012.

Se a banda usou o cartaz em um evento 7 meses atrás, por que o incêndio só ocorreu agora? Muitos dirão que o “plano” levou meses para ser elaborado… E você, o que acha?

O autor do texto também diz que:

‘Agora começa a coisa mais estranha, a última musica que foi tocada foi Die Young,que traduzindo significa Morrer Jovem.’

Não há nenhuma prova de que essa teria sido a última música tocada antes do incêndio. Esse dado se fosse real poderia ter sido confirmado por algum dos sobreviventes. Aliás, acreditamos que a última coisa que alguém iria se lembrar num momento desses seria o nome da música que estava tocando.

O seguinte parágrafo é controverso:

‘Na boa, os seguranças fecharam TODAS AS PORTAS, vei, se alguém chegasse e falasse que estava havendo um incêndio é claro que iriam abrir as portas,até porque eles não iriam querer morrer e muito menos serem acusados por serem responsáveis pela morte de mais de 200 pessoas.’

Ainda é cedo para afirmar, mas investigações estão apurando se os seguranças lacraram mesmo as saídas (na verdade, só havia uma saída de emergência). O que se sabe até o momento é que muitas das vítimas correram para o banheiro, achando que estavam saindo da boate, e acabaram morrendo por asfixia e/ou pisoteadas.
Qualquer afirmação quanto a isso ainda é pura especulação…

A seguir, temos:

‘Uma coisa estranha também é que uma sobrevivente disse que viu uma mulher de vestido vermelho sorrindo pra todos(isso é bizarro)’
De onde o autor tirou essa informação? Uma sobrevivente viu uma mulher sorrindo… Qual é o nome da sobrevivente? Seria mais convincente se mais de uma pessoa tivesse visto.
Como todo bom boato que se preze, é difícil se confirmar esse trecho também.

Prosseguindo:

‘Além disso tudo que é super estranho,na página da Kiss no facebook foi postado assim ‘hoje temos a banda gurizada,a kiss VAI PEGAR FOGO’ logo depois do incêndio o post foi apagado,estranho não?’
Não há como saber se esse trecho é verdadeiro ou falso! Não encontramos nenhum registro (ou algum print da tal postagem).

A única parte (mais ou menos) real do texto:
‘E uma coisa SUPER estranha foi que o só morreu UM integrante da banda (ele era o mais novo) só porque ele não conseguiu sair da fumaça,o outros mal se feriram,se não fosse por isso,todos os integrantes da banda estavam bem e VIVOS.’

De fato, um dos integrantes da banda morreu. Danilo Jaques, o sanfoneiro, morreu no incêndio. Os demais membros da banda tiverem ferimentos leves. Não temos informações sobre a idade dos músicos (quem souber, publica aí nos comentários, por favor)
Gurizada Fandangueira. Foto: Reprodução
Gurizada Fandangueira. Foto: Reprodução

Conclusão
 
O texto é falso. Mistura uma série de informações desencontradas, sem fontes e se aproveita da comoção dos leitores para criar teorias conspiratórias. O acidente ainda está sendo investigado e, ao que tudo indica, se iniciou por causa de um sinalizador, que foi lançado dentro da boate Kiss.

Homem é vítima de sequestro em Duque Bacelar-MA

Portal Coelho Neto
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                                                           Imagem meramente ilustrativa 
O caso foi registrado no município de Duque Bacelar ocorrência de número 018/2013 teor do BO sequestro, cárcere privado, tentativa de Homicídio, e invasão de domicílio a vítima identificada por Caio, de aproximadamente 25 anos, é sobrinho do vereador José júnior, ambos residentes no município de Duque Bacelar, o sobrinho do vereador foi alvo de um sequestro na noite deste Domingo (27) quando dois homens armados com armas de fogo invadiram a residência e amarraram a vítima depois de alguns minutos levaram o mesmo até o veículo Fiesta de cor preta de propriedade de um dos acusados.



De acordo com as informações a ação foi muito rápida e após amarrarem a vítima os indivíduos colocaram o mesmo no veículo e em seguida saíram em alta velocidade seguindo em direção a MA 034 de acesso à cidade de Coelho Neto, nas proximidades do povoado Ermo, os indivíduos entraram no canavial, as guarnições da PM de Platão do município de Coelho Neto, e Duque Bacelar, agiram rápido e realizaram buscas no intuito de localizar o grupo ou a vítima, após várias horas de negociações com a Polícia Militar, por volta das 03h30min da madrugada os dois indivíduos com medo de serem presos resolveram libertar a vítima, os dois indivíduos foram Identificados como sendo a pessoa conhecida por França morador em Duque Bacelar, o outro preferimos não divulgar o nome ainda. Mais se sabe que ele é da cidade de Coelho Neto.


Entenda o porquê do tal sequestro


A vítima conhecida por Caio estava devendo uma divida para o então vice-prefeito da cidade de Duque Bacelar, senhor Jorge Oliveira, segundo Informações repassadas à redação do Portal, a vitima já teria pagado 80% da divida relacionada a material de construção, e então o vice-prefeito do Município de Duque Bacelar teria dado o restante da divida para a pessoa de França receber, o indivíduo já trabalha para o vice-prefeito senhor Jorge Oliveira, já algum tempo.


Então o acusado conseguiu mais um compassa no município de Coelho Neto, para receber a divida o. Caso será Investigado pela Polícia Civil, de Coelho Neto, os advogados da vítima são de Teresina e acompanham o caso de perto. A população do município ainda está assustada com a violência dos indivíduos que também agrediram a esposa da vitima. A redação do Portal tentou contato com o vice-prefeito, mas não obtivemos êxito. Caso o senhor Jorge queira falar sobre o caso estamos a disposição. Correio eletrônico:
redacaoportalcn@hotmail.com

Pedimos empenho das autoridades que não deixe este caso sem solução, pois a impunidade é o principal fator para o aumento da violência.

Sequestro em Duque Bacelar



Recebi ontem à noite uma ligação de uma pessoa informando que havia sido vítima de um sequestro no município de Duque Bacelar. A pessoa me relatou de forma breve que foi levada para um canavial próximo à cidade e que teria vivido momentos de pânico. A polícia foi mobilizada e houve uma intensa negociação com o sequestrador.

Repassei o caso para o Portal Coelho Neto por ser um site especializado em notícias policiais e logo mais teremos maiores informações sobre o ocorrido.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Governo do Maranhão abrirá concurso com 60 vagas e salários de R$ 14 mil

Luís Cardoso


Edital está previsto para ser publicado no mês de fevereiro. Foto: Ilustrativa/Reprodução
Edital está previsto para ser publicado no mês de fevereiro. Foto: Ilustrativa/Reprodução

Está previsto para o início do mês de fevereiro a publicação do edital do concurso público da Secretaria da Fazenda, que deve preencher 60 vagas no cargo de auditor fiscal.
A exigência de grau de escolaridade para o concurso é de nível superior completo, com graduação em qualquer área de conhecimento. O concurso será realizado pela Fundação Getúlio Vargas.

O salário base inicial para o cargo de auditor, em 2013, será de R$ 8,8 mil, passando depois para R$ 9,6 mil, em 2014, alcançando o valor máximo de R$ 14 mil, de acordo com o Plano Geral de Cargos e Carreiras do governo. Sobre esses valores incidirão todas as gratificações oferecidas pela Secretaria.

Além do salário base, os auditores da Sefaz Maranhão têm direito a uma participação nos resultados (PR) no percentual de até 30% dos vencimentos, participação que está vinculada ao desempenho do servidor e da arrecadação estadual, e que incide sobre o somatório do vencimento, tempo de serviço e cargos comissionados.

Os servidores que trabalham nos Postos Fiscais têm suporte de alojamento, um adicional de 10% do valor do salário base para pagamento de despesas com alimentação, além de adicional noturno de 7,4% sobre o vencimento base, o que pode totalizar uma remuneração de até R$ 14.150 no nível inicial, a partir de 2014.

Os aprovados deverão ser nomeados até meados deste ano, quando assumem as atividades com o curso de formação na carreira de auditoria. O concurso destinará vagas para as áreas de Tributação/ Fiscalização e Tecnologia da Informação.

“Os novos auditores contarão com ambiente moderno e funcional; ao assumir suas atividades cada um receberá um notebook para o desenvolvimento dos trabalhos; participarão de curso de formação de altíssimo nível, com 400 horas de duração, além de terem à sua disposição a oferta de cursos de pós-graduação, como mestrado, especialização, MBA entre outros”, informou o secretário de Fazenda, Cláudio Trinchão.

Atualmente, 15% dos servidores da administração tributária no Maranhão possuem pós-graduação, e mais de 170 estão cursando pós-graduação em várias áreas.

Quadrilha vendia por cerca de R$ 90 mil vagas em faculdades de medicina

Do Fantástico
Uma quadrilha agia em seis estados brasileiros, vendendo vagas de Medicina, a carreira mais concorrida do país. Não precisava nem estudar: era na base do pagou, passou. A reportagem é de Giuliana Girardi e Walter Nunes.

A oferta era clara.

Homem: Tudo primeiro lugar é nosso. A gente arrebenta tudo que é prova.
De um esquema ilegal.

Mulher: As faculdades que a gente coloca é porque a gente sabe que o aluno não vai ser pego.

E quem topava pagava caro.

“A vaga numa faculdade de medicina custava entre R$ 60 mil e R$ 90 mil”, afirma o delegado da Polícia Federal Alexandre Braga,

“Você vê uma pessoa que não merece passando na sua frente, é horrível isso”, diz um estudante de medicina.

O jovem não quis mostrar o rosto por medo: foi convidado a participar de um esquema fraudulento, mas diz que  recusou. No ano passado, ele prestou vestibular em seis faculdades em busca de um sonho: estudar medicina, a carreira mais concorrida do país.

Para quem se prepara a sério para as provas, a concorrência dos fraudadores é desleal.
“Você vai prestar um vestibular que é 50 candidatos por vaga, na verdade é 100 candidatos por vaga. Porque metade das vagas são vendidas”, conta o estudante. “É comum. Todo mundo sabe. O ponto eletrônico é o que mais oferece.”

Aparelhos eletrônicos escondidos, estudantes despreparados e dezenas de milhares de reais comprando o que não deveria estar à venda. Vale tudo para entrar em algumas faculdades de Medicina no Brasil.

Uma dessas quadrilhas, descoberta no interior de São Paulo, vendia vagas em seis estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Piauí, Maranhão, Goiás e Rio de Janeiro. Por telefone, eles negociavam com pais e candidatos.

Mulher: A gente faz isso há 15 anos já.

O Fantástico mostra essas conversas com exclusividade. Em um telefonema, uma mulher apresenta o golpe para um pai..

Mulher: O senhor tem uma filha, né?
Pai: Exatamente.

Mulher: Isso. Ela quer medicina, né?

Pai: Medicina.

Mulher: Eu tenho Fernandópolis.

Pai: Fernandópolis?

Mulher: Interessa?

Pai: Interessa.

Mulher: A gente pode colocar ela ou em Fernandópolis ou em Taubaté.

A vendedora faz propaganda.

Mulher: É uma coisa impressionante. Não tem como não entrar. Vai fazer a prova tranquilamente. Vai dar pra passar o gabarito completo e não tem risco para o aluno.

Agora é que vem a conta.

Pai: E valor?

Mulher: Então, o valor está 60 mil.

Fechado o acordo, os candidatos recebiam treinamento. Mas não era para as matérias que caem no vestibular. Era para a fraude.

Homem: Eu vou dar para o menino um ponto de escuta. Ele é maior um pouco que a cabeça de um cotonete, ele é de silicone, ele é transparente. Vai ensinar tudo como se usa, como não se usa.

A polícia apreendeu com o grupo pontos eletrônicos. Quem usava tinha que esconder todos os fios e o receptor de sinal. Colocar tudo embaixo da blusa, da camisa, para nada aparecer. Aí o candidato colocava o ponto eletrônico, ficava bem escondido também, para receber todas as instruções.

Quando a fiscalização apertava, o ponto não era usado. As respostas chegavam por mensagens de celular, lidas no banheiro em aparelhos escondidos. As informações corretas eram encaminhadas por estudantes de medicina que faziam parte da quadrilha. Eles receberam um apelido no grupo: pilotos. Cabia a eles resolver as provas.

Mulher: São 10 gênios fazendo as provas lá dentro. Geralmente, eles gabaritam tudo.

“São pessoas às vezes com o QI acima da média. Especializadas em determinadas matérias e fazem a prova muito rapidamente e transmitem os gabaritos”, explica o delegado da Polícia Federal Alexandre Braga.

É o que mostra outro trecho, gravado após uma prova da Uniceuma, no Maranhão, em novembro de 2011.

Estudante: Fala.

Homem: Anote bem aí. A partir da 16.

Estudante: Manda.

Homem: 16, letra B. Bola.

Estudante: Bola.

Homem: 19, C.

Na quadrilha, cada um tinha uma tarefa. Alguns negociavam com os pais e os candidatos. Eram chamados de corretores. E outros tinham a missão de treinar os alunos. Os treinadores explicavam o passo a passo do golpe. Ensinavam os estudantes a usar o ponto eletrônico e os códigos do celular. Essa conversa foi gravada antes do vestibular da Uniara, em Araraquara, no interior de São Paulo, em 2011.

Mulher: Tá pronta?

Estudante: Tô. Quer fazer o teste?

Mulher: Estamos fazendo agora. Tá montada já?

Estudante: Tô montada.

Mulher: Então, você troca a bateria do pontinho. Se não chegar pelo ponto, vai chegar pela mensagem.

Em um vídeo, um dos treinadores sai de um hotel em São Paulo depois de dar as instruções.
No dia da prova, cada piloto resolvia as questões de apenas uma matéria, para garantir o maior número de acertos possível. Eles saíam rapidamente da sala. Em seguida passavam os gabaritos por telefone para uma central em Goiânia.

Imagens mostram três pilotos reunidos depois de uma prova na Faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo, em dezembro de 2011.

As respostas eram mandadas para uma quarta categoria de fraudadores: os assistentes. E eram eles que repassavam tudo para os vestibulandos envolvidos.

Para a polícia, o coordenador do grupo é Luciano Cançado, médico, clínico geral, de 39 anos. Luciano tinha alugado uma casa em um bairro de classe média de Goiânia, onde morava e também se reunia com os integrantes da quadrilha, segundo a polícia. Eles definiam os detalhes do esquema de fraude. Procuramos o doutor Luciano em dois endereços que aparecem nos relatórios da polícia. Ninguém nos atendeu.

Luciano Cançado trabalha como médico no Hospital Municipal de Jaraguá, cidade que fica a mais de 100 quilômetros de Goiânia.

Giuliana Girardi, repórter do Fantástico: Doutor Luciano Cançado está dando plantão hoje aqui? Ele já foi embora?

Funcionário: Não sei se ele está descansando.

Em seguida, a direção do hospital confirmou que ele já tinha ido embora. Ligamos para Luciano.

Giuliana: Segundo a Polícia Federal de Araraquara, você era o chefe. Você nega isso?
Luciano: Eu nego, Giuliana, eu nego. Eu vou mandar o meu advogado te ligar.

De acordo com o diretor do hospital, no dia seguinte à conversa, Luciano Cançado pediu demissão. 

O advogado dele, Sérgio Miranda de O. Rodrigues, falou ao Fantástico. “A defesa vai aguardar a conclusão do inquérito para se apontar quais são os fatos especificamente apontados ao meu cliente para que então possa se posicionar. Não há participação, não há comprovação de venda do meu cliente em vagas de medicina”, disse ele.

A polícia diz que tem provas suficientes. Extratos bancários com depósitos na conta de Luciano e confissões de integrantes da quadrilha.

“Nós tínhamos o mentor, a pessoa que desenhou, arquitetou esse esquema, sediada em Goiânia. Um médico em Goiânia”, diz o delegado.

Além de Luciano, a polícia prendeu os corretores, os assistentes, os pilotos e os treinadores. Ao todo, 15 envolvidos.

Eles estão sendo investigados desde 2011. O Dr. Luciano já foi detido duas vezes. No fim do ano passado ele foi preso em outra operação de venda de vaga em vestibular.

Luciano e o seu grupo estão em liberdade. Eles já foram indiciados e devem responder por três crimes.

“Pelo estelionato, pela divulgação de segredo, de sigilo de concursos públicos ou vestibulares e a formação de quadrilha”, detalha o delegado Alexandre Braga.

Em Goiânia, procuramos quatro indiciados por pertencer à quadrilha: o casal Marcos José Nunes de Souza e Ana Cândida Lima Souza, Filipe Marquez Belo e Melina de Souza Medeiros. Fomos aos endereços que constam no relatório da polícia. Não encontramos ninguém. Por telefone, eles não quiseram falar.

O Fantástico entrou em contato também com outros oito acusados: Jovina Cecília da Silva Gonçalves, Annie Jackieline Montenegro de Souza e Silva, Lara Cristina de Souza Cançado - irmã de Luciano -, João Paulo Rosilho, Carlos Eugênio Batista Meireles, Alisson Patrício Roque, Letícia Aguiar Milhomens e Leonardo Borges da Silva. Mas eles não quiseram se manifestar.

Nossas equipes não encontraram outros dois envolvidos, Clarianne Silva Leite e Ewerton Alves Alagia.

Segundo a Polícia Federal, não há evidências de que as faculdades fossem coniventes com o esquema. Mas pode ter havido falhas na fiscalização.

“O principal elemento que levava as quadrilhas a intervir contra os certames em universidades particulares era a precariedade do sistema de segurança deles”, explica Alexandre Braga.
Em nota, as universidades de Rio Verde, Estácio de Sá, Anhembi-Morumbi e Uninove dizem que usam "detectores de metal" nas provas.

As universidade de Franca e Gama Filho afirmam que, se constatada a fraude, expulsarão os alunos envolvidos.

O centro universitário Uninovafapi e a universidade Ceuma informam que recolhem todos os aparelhos eletrônicos durantes os exames.

A São Camilo afirma que "toma todas as precauções para evitar fraudes nos processos seletivos".

A Uniara informa que "revisa constantemente os procedimentos de sigilo e combate às fraudes".

O grupo Anhanguera Educacional, ao qual a Uniderp pertence, diz que "mantém forte esquema de fiscalização".

A empresa Access, que faz o vestibular da Faculdade Souza Marques, informa que anulou a prova de 42 alunos identificados com fraudes no vestibular de medicina em 2011.

A polícia está fazendo um levantamento agora dos alunos que estão cursando medicina ou já se formaram, mas que foram aprovados porque compraram as vagas. Eles também vão responder criminalmente.

“Que direito tem um cidadão de comprar uma vaga quando dois milhões estão de forma democrática, republicana, se preparando, estudando, disputando pra poder entrar?”, pergunta o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Segundo o Ministro da Educação, os alunos envolvidos sofrerão também punições acadêmicas: “Eles vão ser todos identificados, vão ser expulsos da faculdade, os que eventualmente ainda estejam, e se forem formados terão seus diplomas cassados. Porque toda a vida acadêmica deles é uma fraude”.

Conversas do grupo mostram que muita gente pode ter sido aprovada. Os fraudadores debochavam de quem era reprovado.

Homem: Murilo. Desclassificado porque não conseguiu tirar nem 3 na redação.

Homem 2: Que horror.

Homem: Ezequiel. Desclassificado porque não tirou nem 2 na redação.

Nem sempre o esquema fraudulento dava certo. Um candidato chegou a ser detido pela polícia, que encontrou o ponto eletrônico durante uma prova da Uniara, em Araraquara, em São Paulo, em outubro de 2011. É a mãe dele que conta a história para a mulher com quem negociou a vaga.

Mãe de estudante: Você não sabe, Jacke. Queriam levar a gente no camburão. Esperaram ele terminar a prova. Veio todo mundo da reitoria. Pegou ele. Levaram numa sala. Olha, esse menino foi de peito, viu, Jacke?

Mulher: Ô.

Mãe de estudante: Ele não aguentava aquele negócio no ouvido. Ele enfiou até o fundo o negócio pra ninguém ver.

Ela relata como ajudou o filho a se livrar dos equipamentos da fraude.

Mãe de estudante: O reitor falou assim: "Não, não. Você vai pegar seu carro". Nisso, fiz uma limpa no carro. Piquei celular, piquei papel. Tudo que tinha nome, sabe? Aí, ele: "Ai, mãe, tô com dor de barriga”. Nisso, ele arrancou o colar. Esparadrapo, tudo. Jogou na privada e deu o colar pra mim.

Apesar da confusão, no mesmo telefonema, as duas combinam o esquema para o candidato em mais uma prova.

Mulher: Com certeza, ele vai entrar em Mato Grosso. Não tem vistoria, não tem nada. Ah, outra coisa. A redação tem peso zero.

Para o Conselho Federal de Medicina, os estudantes e médicos envolvidos nas fraudes devem ser punidos.

“É um caso prioritariamente de polícia. É importante para nós médicos como ele entrou. Porque é o caráter dele que está em jogo. É a questão ética do médico que comprou uma vaga”, afirma Desiré Callegari, secretário do Conselho Federal de Medicina.

“Ele não está disputando uma vaga, ele está comprando uma vaga, tirando o sonho de muita gente mais capaz que ele”, acusa um estudante.