MPF/MA
Na
tarde desta quarta-feira (16), o Ministério Público Federal no Maranhão
(MPF/MA) recebeu relatório elaborado pelo Greenpeace denunciando
desmatamento, trabalho análogo à escravidão e invasão de terras
indígenas na cadeia produtiva do ferro gusa. Em posse do relatório, o
MPF/MA irá abrir inquérito civil público para apurar as denúncias.
O relatório “Carvoaria Amazônia: como a indústria de aço e ferro gusa
está destruindo a floresta com a participação de governos” foi entregue
ao procurador da República, Alexandre Soares. Dentre as organizações da
sociedade civil presentes na entrega do documento, participaram
representantes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Fórum Carajás
e a rede Justiça nos Trilhos.
De acordo com o MPF, o primeiro passo após o recebimento do relatório
é abrir inquérito civil público para apurar as irregularidades. “Se as
denúncias forem comprovadas, o MPF/MA irá propôr ações civis e criminais
para punir os responsáveis e viabilizar a recuperação das áreas
degradadas”, relatou o procurador.
Em protesto contra o desmatamento da Amazônia, ativistas do
Greenpeace completaram 48 horas no revezamento de se pendurar na
corrente do navio Clipper Hope. A ação tenta impedir o embarque de 30
mil toneladas de ferro gusa (matéria prima do aço ou ferro fundido) no
cargueiro que está ancorado na baía de São Marcos, em São Luís (MA).
Denúncias – De acordo com relatório elaborado pelo
Greenpeace, a cadeia produtiva do ferro gusa provoca degradação
ambiental e humana na região da Amazônia, Carajás. A organização
denuncia a extração ilegal de madeira para produção de parte do carvão
utilizado no processamento do ferro gusa, componente primário na
fabricação de aço para a indústria automobilística.
Ainda segundo o relatório, mão de obra análoga à escravidão seria
utilizada nas carvoarias, além da prática de outros crimes, tais como a
invasão das terras indígenas, poluição ambiental, dentre outros.
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