quinta-feira, 19 de abril de 2012

Irã diz que houve mal-entendido em denúncias sobre abuso sexual

O Globo


BRASÍLIA- A Embaixada do Irã reagiu às denúncias de abuso sexual, atribuídas a um diplomata, de 51 anos, do país. Em nota divulgada na quarta-feira à noite, a representação diplomática informou que houve um mal-entendido na interpretação dos fatos devido às diferenças culturais entre iranianos e brasileiros. Também condenou a imprensa nacional por considerá-la tendenciosa e discriminatória no que se refere ao Irã.
Essa missão diplomática declara que a acusação levantada contra o diplomata iraniano é exclusivamente um mal-entendido decorrente das diferenças nos comportamentos culturais [entre iranianos e brasileiros], diz a nota. No comunicado, não há referência se a embaixada enviou o diplomata de volta para o Irã nem se serão tomadas providências. De acordo com o Blog do Noblat, o diplomata embarcou de volta ao Irã na noite de terça-feira.

Desde que as acusações foram feitas, no último dia 14, esta foi a primeira manifestação da representação diplomática.
Nesse sentido também expressamos energicamente o nosso protesto e indignação relativo ao tratamento e à maneira como a mídia, geralmente tendenciosa, trata as coisas relativas a alguns países, entre eles o Irã, diz ainda o comunicado. [A reação da mídia brasileira] demonstra nitidamente um comportamento intencional, propositado e imparcial, acrescenta.

Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores recebeu informações da Polícia Civil do Distrito Federal sobre as acusações envolvendo o diplomata iraniano e decidiu notificar oficialmente a Embaixada do Irã no Brasil. Mas, antes, serão conduzidas investigações em relação ao caso. O iraniano dispõe de imunidade diplomática e não pode ser investigado nem incriminado como os cidadãos comuns.
Parentes das crianças estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal providências em relação ao caso. O diplomata iraniano é acusado de ter assediado sexualmente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal, localizado em área nobre da cidade.
Segundo relato das famílias e dos salva-vidas do clube, o homem acariciou as partes íntimas das crianças quando mergulhava na piscina, no sábado passado (14). Pais e mães das crianças e adolescentes fizeram um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil. O diplomata foi ouvido e liberado em seguida.
De acordo com a Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil. Nesses casos, pode sofrer punições somente se o país de origem retirar a imunidade diplomática ou for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso do território e impedido de ingressar. No entanto, o diplomata não está isento de ser alvo de processo em sua terra natal.

No Irã, crimes sexuais são julgados de acordo com a Sharia código de conduta e moral regido pelo Alcorão, livro sagrado do islamismo. Desde a revolução islâmica em 1979, o país é uma república orientada pelos preceitos da religião.

Um comentário:

  1. Isto é uma afronta a soberania de nosso país, já sofremos com o abuso à nossas crianças, praticadas por nossos patrícios e agora vem um estrangeiro faz o que quer, e a embaixada alega "mal entendido", faça me o favor, não acredito que haja algum país ou tribo que seja, em que é cultural acariciar partes íntimas de crianças, ainda são ousados em dizer que nossa imprensa é tendenciosa, se esse absurdo, digo, VIOLAÇÃO, é cultural que ele as faça em seu país pois aqui, ainda que pouco,protegemos nossos filhos. E acrescento mais a embaixada levou ainda para o lado de dizer que estavamos criticando ao Irã, acredito que a laia deste país sofre de síndrome de perseguição, espero sinceramente um posicionamento do Estado Brasileiro, para cumprir com sua obrigação em defender nossos pequenos.

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