Mesmo com um número de contas recebidas menor do que no ano
passado, o TCE considerou um sucesso o primeiro ano em que as prestações
de contas dos gestores de todo o estado foram recebidas em formato
digital. Ordem e tranqüilidade marcaram o último dia de entregas das
contas. Apesar de a maioria dos gestores ter mantido a tradição de
deixar a entrega para os últimos dias, a ausência das costumeiras pilhas
de documentos fez toda a diferença.
Dos 217 prefeitos maranhenses, 186 tiveram suas contas recebidas até
ontem (2), representando um percentual de 86%. Entre os presidentes de
câmaras municipais, o percentual de comparecimento foi de 87%, com um
total de 188 contas recebidas pelo tribunal.
Neste ano, 31 prefeitos deixaram de entregar suas contas dentro do
prazo, contra 29 presidentes de Câmaras. O número interrompe a tendência
de queda na inadimplência verificada nos últimos três anos: em 2011, 11
prefeitos deixaram de entregar suas contas até o final do prazo; em
2010 foram 27 e em 2009 foram 53.
Na avaliação do tribunal, o aumento era previsível, apesar de as
modificações terem sido aprovadas e divulgadas ainda no ano passado.
“Muitas prestações de contas foram apresentadas, mas deixaram de ser
recebidas por falta de condições mínimas”, explica o auditor de controle
externo Fábio Alex Costa, coordenador da operação montada pelo tribunal
para os últimos dias de entrega das contas.
Segundo o auditor, se todas as contas que não puderam ser recebidas
estivessem em conformidade com as instruções do órgão, a tendência de
queda no número de faltosos teria se mantido. “Realizamos encontros com
os gestores para explicar as mudanças e colocamos nosso corpo técnico à
disposição para esclarecimentos, mas mesmo assim muitos gestores não
conseguiram se adequar às exigências do tribunal”, explica o auditor.
Na avaliação do presidente do TCE, conselheiro Edmar Cutrim, os
números ficaram dentro da expectativa, uma vez que já eram esperadas
dificuldades de adaptação por parte dos gestores. Para ele, o primeiro
ano de recebimento de contas em formato digital demonstrou a viabilidade
do sistema, tendo em vista o clima de organização e tranqüilidade que
marcou todo o processo.
“Este sucesso deve ser creditado não apenas à decisão da casa de dar
mais este salto em seu processo de modernização mas, sobretudo, a uma
equipe de servidores comprometida em fazer com que o TCE maranhense
cumpra cada vez melhor sua missão constitucional”, afirma.
Edmar Cutrim lembra que os gestores que perderam o prazo têm ainda a
oportunidade de ficar fora da lista de inadimplentes que será aprovada
pelo Pleno do TCE na primeira sessão posterior à entrega das contas.
Basta que, até a realização da sessão, as contas sejam entregues
mediante o pagamento da multa, que tem valor gradativo. Até 30 dias, R$ 2
mil para prefeituras e gestores estaduais e R$ 1 mil para câmaras.
Decorrido esse prazo, a multa passa a ser, respectivamente, de R$ 4 e R$
2 mil.
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