sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dia do Professor: Comemorar o quê?


           
No Dia do Professor o que não falta é festa. Nada mais justo, uma vez que se trata de homens e mulheres que juntos constroem o desenvolvimento intelectual da sociedade em que vivem. Mas precisamos ir além das comemorações típicas desse dia. Precisamos fazer dele um momento de reflexões a respeito da dura realidade que esses profissionais enfrentam diariamente no exercício da missão de educar.

As condições de trabalho da maioria dos professores no Brasil são as piores possíveis. Muitos ministram aulas em barracões improvisados e em muitos casos as informações enviadas ao Governo Federal pelos governantes locais são de que ali existe não um barracão, mas uma escola de alvenaria com tudo que alunos e professores necessitam para que o processo de ensino/aprendizagem se realize plenamente. O que vemos hoje no país inteiro são professores sendo desrespeitados e afrontados em praça pública e até mesmo em seus locais de trabalho, porque não aguentando mais tanta humilhação e opressão ousam fazer ecoar suas vozes pelas ruas reivindicando direitos mínimos para trabalhar e viver com dignidade.




E quem ousa a desrespeitar esses heróis construtores e orientadores do conhecimento? Exatamente quem deveria zelar pelo seu bem estar, os governantes que, na maioria foram eleitos prometendo melhores condições de vida para *todos. Ao que parece  essa palavra utilizada por eles possui uma restrição implícita no seu significado.

A situação só não está pior por conta da luta dos sindicatos em defesa da categoria. Esse é um dos poucos instrumentos que vem freando a falta de bom senso de alguns governantes. Diariamente vemos os meios de comunicação informar  sobre a ocorrência de greves, um sinal de que as coisas não vão bem, haja vista que esse instrumento só é utilizado pelos trabalhadores quando não há mais alternativa.


 
 

Alguns governantes utilizam estruturas gigantescas na tentativa de reprimir  as manifestações desses trabalhadores que, cansados de esperar pela boa vontade advinda dos gabinetes climatizados saem às ruas para reclamar seus direitos e acabam se expondo a xingamentos, tais como: vagabundos, preguiçosos, mentirosos e até chamados de mané. Tanto tempo de estudo,  formação e dedicação para ser afrontado dessa forma?

Porém, nesse dia (Dia do Professor) alguns desses governantes como que num gesto de solicitação de remissão dos seus pecados cometidos contra esses trabalhadores organizam verdadeiros banquetes e distribuem presentes àqueles que há pouco chicoteavam publicamente. Seriam capazes de oferecer até um carro de presente a eles. Pergunta que não quer calar: É uma atitude sensata sentar-se à mesa de alguém que não tem a menor consideração e respeito por você?

Enquanto vemos alguns políticos darem aumentos de até 100% nos seus próprios salários, para pagar um mísero piso de R$ 1.187,00 aos professores (por uma jornada de até 40 horas) é um verdadeiro Deus nos acuda. Não tem dinheiro.

O Blog do João de Sousa aproveitando a oportunidade parabeniza aos professores e professoras desse país e em especial aos professores e professoras de Coelho Neto, Duque Bacelar, Afonso Cunha e Buriti no Maranhão pela passagem do seu dia.




  


  

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