No Dia do Professor o que não falta é
festa. Nada mais justo, uma vez que se trata de homens e mulheres que juntos
constroem o desenvolvimento intelectual da sociedade em que vivem. Mas
precisamos ir além das comemorações típicas desse dia. Precisamos fazer dele um
momento de reflexões a respeito da dura realidade que esses profissionais
enfrentam diariamente no exercício da missão de educar.
As condições de trabalho da maioria dos
professores no Brasil são as piores possíveis. Muitos ministram aulas em
barracões improvisados e em muitos casos as informações enviadas ao Governo
Federal pelos governantes locais são de que ali existe não um barracão, mas uma
escola de alvenaria com tudo que alunos e professores necessitam para que o
processo de ensino/aprendizagem se realize plenamente. O que vemos hoje no país
inteiro são professores sendo desrespeitados e afrontados em praça pública e
até mesmo em seus locais de trabalho, porque não aguentando mais tanta humilhação
e opressão ousam fazer ecoar suas vozes pelas ruas reivindicando direitos
mínimos para trabalhar e viver com dignidade.
E quem ousa a desrespeitar esses heróis
construtores e orientadores do conhecimento? Exatamente quem deveria zelar pelo
seu bem estar, os governantes que, na maioria foram eleitos prometendo melhores
condições de vida para
*todos.
Ao que parece essa palavra utilizada por eles possui uma restrição implícita no
seu significado.
A situação só não está pior por conta da luta dos sindicatos em defesa da categoria. Esse é um dos poucos instrumentos que vem freando a falta de bom senso de alguns governantes. Diariamente vemos os meios de comunicação informar sobre a ocorrência de greves, um sinal de que as coisas não vão bem, haja vista que esse instrumento só é utilizado pelos trabalhadores quando não há mais alternativa.
Alguns governantes utilizam estruturas gigantescas na tentativa de reprimir as manifestações desses trabalhadores que, cansados de esperar pela boa vontade advinda dos gabinetes climatizados saem às ruas para reclamar seus direitos e acabam se expondo a xingamentos, tais como: vagabundos, preguiçosos, mentirosos e até chamados de mané. Tanto tempo de estudo, formação e dedicação para ser afrontado dessa forma?
Porém, nesse dia (Dia do Professor)
alguns desses governantes como que num gesto de solicitação de remissão dos
seus pecados cometidos contra esses trabalhadores organizam verdadeiros banquetes
e distribuem presentes àqueles que há pouco chicoteavam publicamente. Seriam
capazes de oferecer até um carro de presente a eles. Pergunta que não quer
calar: É uma atitude sensata sentar-se à mesa de alguém que não tem a menor
consideração e respeito por você?
Enquanto vemos alguns políticos darem
aumentos de até 100% nos seus próprios salários, para pagar um mísero piso de R$
1.187,00 aos professores (por uma jornada de até 40 horas) é um verdadeiro Deus
nos acuda. Não tem dinheiro.
O Blog do João de Sousa aproveitando a
oportunidade parabeniza aos professores e professoras desse país e em especial
aos professores e professoras de Coelho Neto, Duque Bacelar, Afonso Cunha e
Buriti no Maranhão pela passagem do seu dia.
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